A expressão “borogodó” foi o termo que encontrei, resultante das atividades da formação e atendimentos, para traduzir pré-juízos a uma candidatura ao ser filósofo clínico. Um conjunto de atributos que tem como ponto de partida: o talento, a sensibilidade e competência, dedicação aos estudos e a clínica pessoal. Esses aspectos, recheados de incompletude, oferecem uma fresta para as dialéticas do convívio e, talvez, um desenvolvimento ao ser terapeuta na nova abordagem.
O dicionário comum fala em: “atração pessoal irresistível”, no entanto, essa definição pode servir para fins de relacionamentos afetivos, mas não para um papel existencial cuidador, que vai reivindicar, dentre outras coisas, uma distância aproximada com a retórica partilhante em clínica.
Ter ou não ter um borogodó, é determinante para a atividade clínica do filósofo. Bem como para o partilhante que o encontra e, com ele, elabora um território para as construções compartilhadas que não alcançaria com outro profissional.
A palavra borogodó é mais que uma palavra, como ensina Wittgenstein nas Investigações Filosóficas: “O significado de uma palavra é seu uso na linguagem.” (1996, pág. 38). Nesse sentido, é fundamento de uma clínica pessoal o autoconhecimento e a autodescoberta, um pouco antes ou concomitante aos estudos da teoria e práticas da formação.
Aquele abraço,
*hs
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.