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Você está no espaço Descrituras. Aqui encontrará alguns textos publicados, inéditos e outros esboços de minha autoria. Tratam-se de manuscritos para estudo e pesquisa. Desejo boas leituras.

historicidade das publicações

terça-feira, 11 de julho de 2023

Outras Palavras*

Essa edição da revista está tão ou mais saborosa que a anterior, possivelmente por agregar novos temperos. Sua essência se descreve ao oferecer textos breves de colegas de várias escolas da Filosofia Clínica. Ao destacar a singularidade como forma de expressão, evidencia sua matriz metodológica, tendo como referência a pesquisa e as práticas de consultório, sem perder de vista o modelo libertário de onde se originou.

A proposta do Conselho Editorial é compartilhar um material de qualidade para consulta aos estudiosos e demais interessados na nova abordagem terapêutica. Na mesma direção, destacar a juventude e o frescor da escrita da Filosofia Clínica, a qual se encontra em pleno desenvolvimento bibliográfico.

É importante lembrar de que qualificar e aperfeiçoar o novo método não significa agregar distorções, penduricalhos, desinformação. Thomaz Kuhn ajuda a compreender a natureza dos novos paradigmas, os quais surgem como contradição ou anomalia a ciência normal (institucional).

A universidade é um exemplo dessas instituições, programadas para sua manutenção e cristalização, mantendo o controle da produção acadêmica através dos seus comentadores especializados (mestres, doutores, pós-doutores), reféns das lógicas e rituais de departamento, do contracheque, bolsas de pesquisa. Sua prática atua para solucionar as problemáticas reconhecidas. Com isso, os desvios, afrontas e crises ao paradigma da normalidade costumam ser insuportáveis.

As desavenças e rupturas em seu cotidiano de pesquisa são inadmissíveis, oferecendo resistência e forte oposição às novidades que venham a constituir ameaça ao status quo. Por outro lado, basta as novas ideias demonstrarem eficácia e possibilidade de lucro, para serem cooptadas e ressignificarem-se em ciência normal. Nesse sentido, a revista se propõe a ser um testemunho de nosso tempo. Uma busca para realizar com a palavra escrita, na brevidade de um texto, o encontro do autor com sua leitura.

Ao seguir as estações do ano, essa publicação sugere a alternância, o movimento, como condição da própria vida. Em outras palavras, se destaca a atenção filosófica (crítica e reflexiva) sobre as tentativas de distorção da Filosofia Clínica como novo paradigma. Os escritos que compõem esta publicação, têm como finalidade, tornar acessível e divulgar a produção da nova abordagem, sugerindo opções existenciais em meio a vertigem da inovação tecnológica, nem sempre em benefício do fenômeno humano.

*Hélio Strassburger in “Editorial da revista da Casa da Filosofia Clínica”. Edição de inverno/2022.

**Instagram: @helio_strassburger 

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