A ideia de uma Revista da Casa da Filosofia Clínica não é nova; sua inspiração existe desde o início dos anos 2000. Naquela época, no Instituto Packter, em Porto Alegre, já se pensava numa revista de Filosofia Clínica, sugestão encampada (em parte) pela Editora Escala/SP, por volta de 2006.
A edição de número 4 teve o
seguinte título: “Filosofia Ciência e Vida - especial - Filosofia Clínica”. Com
editorial de Faoze Chibli, os autores eram filósofos clínicos, como Lucio
Packter, Monica Aiub, Luis Paulo Neves, Olga Hack, Ildo Meyer, Sebastião Soares
e Hélio Strassburger. Após esse início, a publicação se afastou da ideia
original.
Nos dias de hoje, a Editora
Pragmatha e um grupo de colegas da Casa revivem a ideia original. A concepção
de uma revista que acompanhe as estações do ano tem por objetivo socializar a
nova abordagem terapêutica e contribuir com os pressupostos da especialização,
contrapondo a proliferação de escolas (a qualquer custo) no Brasil e exterior;
muitas delas sem os cuidados básicos quanto à qualidade dos estudos.
Nesse sentido, essa publicação se
propõe ao esclarecimento - para quem vem chegando - sobre os rituais da
formação: teoria, clínica pessoal, supervisão, formação continuada... Esses
estudantes, muitas vezes sem maiores informações, iludidos por um carimbo do
MEC, participam de cursos frágeis, sequer roçando a alma do novo paradigma.
Nossa busca é a ampliação dos núcleos de pesquisa, tendo por base os
atendimentos em consultório, escolas, hospitais, empresas... Oferecer um
testemunho de quem atua num cotidiano de acolhimento e construção compartilhada.
A atividade clínica da Filosofia
- sempre é bom lembrar - não trabalha com tipologias, classificações, a bíblia
DSM, drogadição psiquiátrica. Sendo um novo paradigma, é crítica, reflexiva,
aberta e revolucionária sobre seu próprio fazer terapêutico. Afasta-se das
práticas da internação involuntária, choques de qualquer natureza e demais
intervenções que distanciam o sujeito de sua singularidade em processo.
Aproxima-se das pessoas em interseção com seu território
subjetivo.
Os textos enviados para essa
publicação são analisados por um conselho editorial, levando em conta critérios
como originalidade, fundamentação teórica e prática, contribuição para o
desenvolvimento da nova abordagem, sem descuidar a matriz metodológica. Nosso
compromisso é manter o sonho dos primeiros dias, qualificar diálogos inter e
transdisciplinares, conviver com a reflexão e transformação das práticas.
Boas leituras e releituras!
*Hélio Strassburger in Editorial da Revista da Casa da Filosofia Clínica. Edição Piloto/00. Outono/2022.
**Instagram: @helio_strassburger
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