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Você está no espaço Descrituras. Aqui encontrará alguns textos publicados, inéditos e outros esboços de minha autoria. Tratam-se de manuscritos para estudo e pesquisa. Desejo boas leituras.

historicidade das publicações

sábado, 8 de julho de 2023

Algumas Palavras*

A ideia de uma Revista da Casa da Filosofia Clínica não é nova; sua inspiração existe desde o início dos anos 2000. Naquela época, no Instituto Packter, em Porto Alegre, já se pensava numa revista de Filosofia Clínica, sugestão encampada (em parte) pela Editora Escala/SP, por volta de 2006.

A edição de número 4 teve o seguinte título: “Filosofia Ciência e Vida - especial - Filosofia Clínica”. Com editorial de Faoze Chibli, os autores eram filósofos clínicos, como Lucio Packter, Monica Aiub, Luis Paulo Neves, Olga Hack, Ildo Meyer, Sebastião Soares e Hélio Strassburger. Após esse início, a publicação se afastou da ideia original.

Nos dias de hoje, a Editora Pragmatha e um grupo de colegas da Casa revivem a ideia original. A concepção de uma revista que acompanhe as estações do ano tem por objetivo socializar a nova abordagem terapêutica e contribuir com os pressupostos da especialização, contrapondo a proliferação de escolas (a qualquer custo) no Brasil e exterior; muitas delas sem os cuidados básicos quanto à qualidade dos estudos.

Nesse sentido, essa publicação se propõe ao esclarecimento - para quem vem chegando - sobre os rituais da formação: teoria, clínica pessoal, supervisão, formação continuada... Esses estudantes, muitas vezes sem maiores informações, iludidos por um carimbo do MEC, participam de cursos frágeis, sequer roçando a alma do novo paradigma. Nossa busca é a ampliação dos núcleos de pesquisa, tendo por base os atendimentos em consultório, escolas, hospitais, empresas... Oferecer um testemunho de quem atua num cotidiano de acolhimento e construção compartilhada.

A atividade clínica da Filosofia - sempre é bom lembrar - não trabalha com tipologias, classificações, a bíblia DSM, drogadição psiquiátrica. Sendo um novo paradigma, é crítica, reflexiva, aberta e revolucionária sobre seu próprio fazer terapêutico. Afasta-se das práticas da internação involuntária, choques de qualquer natureza e demais intervenções que distanciam o sujeito de sua singularidade em processo. Aproxima-se das pessoas em interseção com seu território

subjetivo.

Os textos enviados para essa publicação são analisados por um conselho editorial, levando em conta critérios como originalidade, fundamentação teórica e prática, contribuição para o desenvolvimento da nova abordagem, sem descuidar a matriz metodológica. Nosso compromisso é manter o sonho dos primeiros dias, qualificar diálogos inter e transdisciplinares, conviver com a reflexão e transformação das práticas.

Boas leituras e releituras!

*Hélio Strassburger in Editorial da Revista da Casa da Filosofia Clínica. Edição Piloto/00. Outono/2022.    

**Instagram: @helio_strassburger 

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