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domingo, 14 de janeiro de 2024

Filosofia Clínica Agridoce 15*

 

                       Sobre anjos, demônios e seus disfarces

A história é rica em fatos envolvendo uns e outros. O âmbito das possibilidades costuma estar associado a uma interseção da pessoa com as circunstâncias históricas onde viveu, sobreviveu, desenvolveu sua singularidade.  

Se fôssemos levar a sério o que os princípios de verdade (documentos da abordagem psi) proclamam como “loucura”, não sairíamos mais de casa ou olharíamos no espelho.

Um exemplo: entre 1863 e 1864, no centro de Porto Alegre, quando ocorreram fatos conhecidos como: os crimes da rua do Arvoredo (hoje Fernando Machado), ou seja, José Ramos e sua esposa Catarina Palse, aliados com o açougueiro alemão Carlos Klaussner, produziam e vendiam linguiças de carne humana. José e Catarina foram condenados por 2 assassinatos em abril de 1864. Os demais crimes ficaram extraviados para a memória.

Reza a lenda que a demora na descoberta dos fatos, ocorreu pelo sucesso das linguiças na capital gaúcha. Existem depoimentos - clandestinos - que afirmavam ser a carne mais saborosa até então experimentada. Algo semelhante (canibalismo) aconteceu na queda do avião nos Andes em outubro de 1972. Talvez a diferença seja a natureza dos argumentos utilizados, a prática é a mesma.

No outro lado do oceano, na festejada Europa, berço de espécimes como: Calígula, Napoleão, Nero, Hitler, Mussolini, Stálin, Franco... Ainda nos dias de hoje, as guerras e genocídios proliferam, sob os mais arrazoados argumentos. Práticas atrozes, que, muitas vezes, se refugiam em diagnósticos psiquiátricos, para não responder por seus crimes.  

A questão metodológica – mais uma vez – se apresenta como um divisor de águas, ou seja, ao interditar alguém num Instituto Psiquiátrico Forense (na ausência deste, um hospital psiquiátrico ou geral pode servir), com um diagnóstico de doença mental, sob muitos aspectos, se livra o assassino ou criminoso de guerra do cumprimento integral da pena.

Lembro um hospital psiquiátrico, comprado por facções criminosas no Brasil, para que pudessem enviar para lá alguns comparsas, como: matadores de aluguel, pois assim teriam uma vida melhor, inclusive com facilidades para fuga. Tudo dentro da lei. Desde o diagnóstico psiquiátrico à sentença judicial e o cumprimento da pena.  

René Descartes (séc. XVII) ensina: “As maiores almas são tanto capazes dos maiores vícios como das maiores virtudes”. Sei que existem almas como Mahatma Gandi, Martin Luther King, e muitas outras.

Se pensarmos com Maquiavel ou Thomas Hobbes, abraçamos a tese de que a natureza humana é essencialmente má. Se entendermos o homem com Rousseau ou Marx, iremos acreditar que as pessoas nascem boas, mas a sociedade as corrompe. Ainda àquelas que acreditam no “anjinho barroco” e suas derivações, as quais se deve levar em conta, enquanto for possível. Sem contar os anjos e demônios disfarçados que andam por aí.   

Aquele abraço,

*hs

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