O que você vai ser quando crescer?
Uma relação da expressividade com
os princípios de verdade é seu caráter de rebeldia, inquietude criativa,
contradição afirmativa, num devir que se instala como diferença naquilo que não
a representa.
As buscas por sustentação de um
estado de espírito assim pensado, costuma encontrar nos freios existenciais
(família, escola, igreja, ideologia política...) mordaças significativas. Ainda
assim, reivindica uma singularidade íntegra com seus trânsitos de ser e
não-ser.
Michel Maffesoli compartilha: “O
paradoxo é a marca essencial desses momentos cruciais, nos quais o que está em
estado nascente tem muita dificuldade para se afirmar diante dos valores
estabelecidos.” (Sobre o nomadismo – vagabundagens pós-modernas, 2001. Pág.
21).
A questão que se reapresenta,
muitas vezes, na hora-sessão, é esse enfrentamento da pessoa com suas paredes de
aspecto sem porta ou janela. Talvez por isso a terapia possua um caráter
revolucionário, aliada dos transbordamentos em curso.
No entanto, o viés institucional
oferece um caminho pré-estabelecido, pela repetição incessante de determinadas verdades,
valores, ideologias, normas sociais, por veículos comprometidos com a
sustentação de suas cercas e muros.
Michel Maffesoli indica: “(...) nenhum
problema é definitivamente resolvido, mas que encontramos, pontual e
empiricamente, respostas aproximadas, pequenas verdades provisórias, postas em
prática no cotidiano, sem que se acorde um estatuto universal, oralmente válido
em todo lugar, em todo tempo, e para cada um.” (O instante eterno, 2003. Pág.
81).
Ao encontrar a Filosofia Clínica (ou
será que foi ela que me achou?) e sua mensagem de caráter libertário, percebi
seu teor revolucionário, ou seja, ao acolher e cuidar de uma pessoa, em seus
dias de caos transformador, poderia contribuir com seu processo de
autoconhecimento para uma originalidade que a representasse por inteiro.
Uma referência subjetiva de
integração de alguém consigo mesmo, costuma agendar e modificar as coisas ao
seu redor. Ao mudar seu mapa subjetivo, essa reapresentação descreve um
cotidiano peculiar. É possível ser a maior de todas as revoluções – não àquela
das armas, dos exércitos – mas um processo de autodescoberta de uma pessoa, ao ter
o reflexo no espelho como sujeito de sua história.
Aquele abraço,
*hs
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