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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Filosofia Clínica Agridoce 10*

 

                                 O que você vai ser quando crescer? 

Uma relação da expressividade com os princípios de verdade é seu caráter de rebeldia, inquietude criativa, contradição afirmativa, num devir que se instala como diferença naquilo que não a representa.

As buscas por sustentação de um estado de espírito assim pensado, costuma encontrar nos freios existenciais (família, escola, igreja, ideologia política...) mordaças significativas. Ainda assim, reivindica uma singularidade íntegra com seus trânsitos de ser e não-ser.

Michel Maffesoli compartilha: “O paradoxo é a marca essencial desses momentos cruciais, nos quais o que está em estado nascente tem muita dificuldade para se afirmar diante dos valores estabelecidos.” (Sobre o nomadismo – vagabundagens pós-modernas, 2001. Pág. 21).

A questão que se reapresenta, muitas vezes, na hora-sessão, é esse enfrentamento da pessoa com suas paredes de aspecto sem porta ou janela. Talvez por isso a terapia possua um caráter revolucionário, aliada dos transbordamentos em curso.

No entanto, o viés institucional oferece um caminho pré-estabelecido, pela repetição incessante de determinadas verdades, valores, ideologias, normas sociais, por veículos comprometidos com a sustentação de suas cercas e muros.   

Michel Maffesoli indica: “(...) nenhum problema é definitivamente resolvido, mas que encontramos, pontual e empiricamente, respostas aproximadas, pequenas verdades provisórias, postas em prática no cotidiano, sem que se acorde um estatuto universal, oralmente válido em todo lugar, em todo tempo, e para cada um.” (O instante eterno, 2003. Pág. 81).

Ao encontrar a Filosofia Clínica (ou será que foi ela que me achou?) e sua mensagem de caráter libertário, percebi seu teor revolucionário, ou seja, ao acolher e cuidar de uma pessoa, em seus dias de caos transformador, poderia contribuir com seu processo de autoconhecimento para uma originalidade que a representasse por inteiro.

Uma referência subjetiva de integração de alguém consigo mesmo, costuma agendar e modificar as coisas ao seu redor. Ao mudar seu mapa subjetivo, essa reapresentação descreve um cotidiano peculiar. É possível ser a maior de todas as revoluções – não àquela das armas, dos exércitos – mas um processo de autodescoberta de uma pessoa, ao ter o reflexo no espelho como sujeito de sua história.

Aquele abraço,

*hs     

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