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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Filosofia Clínica Agridoce 13*

                                      Qual diagnóstico te representa ?

Existe um fenômeno que se apresenta nas telas de tv, cinema, por onde um expectador, ao ingressar num território nem sempre favorável à sua singularidade, fica refém de seus agendamentos.   

O conteúdo de um roteiro dramático, costuma cair no gosto de muitas pessoas, levando-as a ter ideias e sensações conhecidas ou desconhecidas. De qualquer forma, ninguém sai o mesmo de um mergulho em algo assim descrito (a menos que durma), onde a escolha da obra já delimita o alcance da interseção.   

Recordo alguns clássicos: Um estranho no ninho (1975), Hair (1979), Blade Runner – o caçador de androides (1982), O pescador de ilusões (1991), Don Juan de Marco (1995), O Quatrilho (1995), Shine – brilhante (1996), Gênio indomável (1997), O encantador de cavalos (1998), Path Adams – o amor é contagioso (1998), Garota interrompida (1999), Encontrando Forrester (2000), Náufrago (2000), Pão e tulipas (2000), Doce novembro (2001) ... Apontam para o cuidado sobre a relação do autoconhecimento e os desdobramentos - na vida de cada um - dessas vivências.   

Um roteiro cinematográfico, ao retirar sua fonte de inspiração da lida cotidiana ou da imaginação de um autor, indo dos rascunhos ao momento da partilha com seu público, oferece múltiplas experiências pela via dos deslocamentos intelectivos. Os impactos de um filme na vida de uma pessoa, costuma modificar seu viés de realidade pelos agendamentos da película.

Os profissionais da área clínica (Filósofos clínicos, Psicoterapeutas, Psicanalistas), apesar do distanciamento metodológico, vivenciam situações semelhantes em seu dia a dia, ao conviver com os dramas e tragédias de seus partilhantes, clientes, pacientes, em seus espaços de trabalho. Nesse sentido, cabe destacar, mesmo levando-se em conta a maestria de roteiristas e diretores, a distância abismal da hora-sessão para a hora-cinema.

Em um texto: “o cuidado do cuidador” (A palavra fora de si, 2017), recordo a preocupação em acolher profissionais que tem um cotidiano de intervenção clínica em consultórios, hospitais gerais, manicômios, escolas, empresas, pois, muitas vezes, se encontram desamparados, ao não encontrar um refúgio eficaz para reabastecer seu papel existencial cuidador.

Vejo com apreensão algumas notícias, que dão conta desse fenômeno invisível, onde profissionais da área terapêutica, adoecem (fisicamente) com diagnósticos como: ‘doença autoimune’ e outros, sem a possibilidade de uma intervenção clínica anterior (prevenção) a um processo de somatização radical. A medicina do corpo ainda padece do código internacional de doenças.  

Aquele abraço,

*hs

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