Qual diagnóstico te representa ?
Existe um fenômeno que se apresenta nas telas de tv, cinema, por onde um expectador, ao ingressar num território nem sempre favorável à sua singularidade, fica refém de seus agendamentos.
O conteúdo de um roteiro
dramático, costuma cair no gosto de muitas pessoas, levando-as a ter ideias e sensações
conhecidas ou desconhecidas. De qualquer forma, ninguém sai o mesmo de um
mergulho em algo assim descrito (a menos que durma), onde a escolha da obra já
delimita o alcance da interseção.
Recordo alguns clássicos: Um
estranho no ninho (1975), Hair (1979), Blade Runner – o caçador de androides
(1982), O pescador de ilusões (1991), Don Juan de Marco (1995), O Quatrilho
(1995), Shine
– brilhante (1996), Gênio indomável (1997), O encantador de cavalos
(1998), Path Adams – o amor é contagioso (1998), Garota interrompida (1999), Encontrando
Forrester (2000), Náufrago (2000), Pão e tulipas (2000), Doce novembro (2001)
... Apontam para o cuidado sobre a relação do autoconhecimento e os
desdobramentos - na vida de cada um - dessas vivências.
Um roteiro cinematográfico, ao
retirar sua fonte de inspiração da lida cotidiana ou da imaginação de um autor,
indo dos rascunhos ao momento da partilha com seu público, oferece múltiplas
experiências pela via dos deslocamentos intelectivos. Os impactos de um filme
na vida de uma pessoa, costuma modificar seu viés de realidade pelos agendamentos
da película.
Os profissionais da área clínica
(Filósofos clínicos, Psicoterapeutas, Psicanalistas), apesar do distanciamento
metodológico, vivenciam situações semelhantes em seu dia a dia, ao conviver com
os dramas e tragédias de seus partilhantes, clientes, pacientes, em seus
espaços de trabalho. Nesse sentido, cabe destacar, mesmo levando-se em conta a
maestria de roteiristas e diretores, a distância abismal da hora-sessão para a hora-cinema.
Em um texto: “o cuidado do
cuidador” (A palavra fora de si, 2017), recordo a preocupação em acolher profissionais
que tem um cotidiano de intervenção clínica em consultórios, hospitais gerais, manicômios,
escolas, empresas, pois, muitas vezes, se encontram desamparados, ao não encontrar
um refúgio eficaz para reabastecer seu papel existencial cuidador.
Vejo com apreensão algumas
notícias, que dão conta desse fenômeno invisível, onde profissionais da área
terapêutica, adoecem (fisicamente) com diagnósticos como: ‘doença
autoimune’ e outros, sem a possibilidade de uma intervenção clínica
anterior (prevenção) a um processo de somatização radical. A medicina do corpo
ainda padece do código internacional de doenças.
Aquele abraço,
*hs
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.