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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Filosofia Clínica Agridoce 21*

 

                                         Como encontrar um filósofo?

Nesses quase 30 anos de dedicação integral a Filosofia Clínica, com alunos e partilhantes, você começa a investigar alguns aspectos desse universo de relações, autogenias, produção teórica, acolhimentos, intervenções. Percebe, transcreve, estuda os conteúdos da hora-sessão, sala de aula, instituições, e seus desdobramentos no lado a lado da interseção.

Um desses pontos de destaque, é a pessoa singular, a qual descobre e mantém - por algum tempo - uma relação clínica com o filósofo. Desperta curiosidade saber o que levou uma pessoa a encontrar a Filosofia Clínica.

Algumas cogitações: a) propensão da pessoa em ter uma experiência inédita de tratamento, b) estrutura de pensamento diferenciada, a qual não tolera distorções de sua forma de ser e existir, mesmo em momentos de crise e caos transformador, c) experiencia anterior com outras abordagens, d) medida de desespero da família e amigos, diante da experiência com os psicofármacos e tratamentos de choque da Psiquiatria e seus coadjuvantes, e) indicação de colegas, amigos, familiares, que conheceram ou experienciaram a Filosofia Clínica.

Os ingredientes de uma pessoa candidata a ser partilhante, são tantos e únicos, que precisaríamos de uma enciclopédia para mapear o que vai aparecendo e, ainda assim, não teríamos uma definição precisa, visto se tratar de um fenômeno singular, diferenciado, como a abordagem escolhida.  Cada um de nós é refém de suas crenças, do mundo onde vive.

Existe uma relação de encantamento ao se ter como companhia, durante algum tempo, uma pessoa que encontra a Filosofia Clínica e, assim, experiencia facetas de si mesma em relação ao seu cotidiano. As dialéticas da hora-sessão, é um desses momentos em que a interação dos envolvidos se apresenta como magia - algo indecifrável por inteiro - ainda quando se busque dados objetivos para traduzir seus fenômenos. 

Nesse sentido, quando precisar de um porto seguro para seus deslocamentos existenciais, a tendência é encontrar um terapeuta afinado com essa condição. A resultante dessa escolha pode significar: momentos agradáveis, desagradáveis, ou nem tanto, dependendo do papel existencial que se assume: “paciente”, “cliente”, partilhante. Aqui não se trata - exclusivamente - da metodologia, mas desse algo mais que se abastece na dinâmica dos encontros. Um fenômeno da alquimia das construções compartilhadas.    

Aquele abraço,

*hs 

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